sábado, 31 de outubro de 2009

"Em baixo de uma árvore eu sinto, a primavera são tantas flores que meu coração agraciado respira aliviado."

Nerd

Viver

Acabei deixando de lado por uns tempos.
Na verdade não era nem o tempo, mas sim, sem saber o que postar.

Hoje estou bem, feliz.
Acabei que resolvi deixar tristezas e dúvidas de lado e ir vivendo.
Acho que é melhor assim. ;D

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Poesia

Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.

~ Drummond

Não passou

Passou?
Minúsculas eternidades
deglutidas por mínimos relógios
ressoam na mente cavernosa.

Não, ninguém morreu, ninguém foi infeliz.
A mão- a tua mão, nossas mãos-
rugosas, têm o antigo calor
de quando éramos vivos. Éramos?

Hoje somos mais vivos do que nunca.
Mentira, estarmos sós.
Nada, que eu sinta, passa realmente.
É tudo ilusão de ter passado.

~ Drummond

domingo, 18 de outubro de 2009

Haicai

Campos queimados
Voltarão o verde e
As borboletas?

Vento nas ilhas
Gaivotas sobre o mar
Imitam veleiros


Oddone Marsiaj

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Simples como qualquer palavra

Palavra, tenho que escolher a mais bonita
Para poder dizer coisas do coração
Dar a letra de quem lê
Toda palavra escrita ou rabiscada
No joelho, guardanapo ou chão
Ponto pula linha travessão
E a palavra vem
Pequena, querendo se esconder no silêncio
Querendo se fazer de oração
Baixinha como a altura da intenção e na insegurança
Vírgula, parênteses, exclamação
Ponto pula linha travessão
E a palavra vem ...

Vem sozinha
Que a minha frase invento pra te convencer
Vem sozinha ...
Se o texto é curto aumento pra te convencer
Palavra, simples como qualquer palavra
Como qualquer palavra


Fernando Anitelli

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Bons amigos (post para o nerd)

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Yes, we're going to a party, party... ♪

Gente! Hoje é meu aniversário, parabéns para mim!!
Hoje estou bem, estou feliz, foi um dia bom.
E não faço a minima idéia do que postar hoje.
19 anos... Pois é.
Velha e cheia de rugas, segundo o nerd.

E pra entrar no clima, postando ao som de The beatles - Birthday ;D

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Tema de Alice

Se eu não disser nada
Como é que eu vou saber
Onde fica a entrada
Do castelo do querer
Qual é a resposta
Me diga, então
Qual é a pergunta?
Se eu não disser nada
Como é que eu vou saber
Onde fica a chave
Do mistério de viver


Calcanhotto.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009


Eu adoro crianças.
Não há nada melhor que uma criança que senta ao seu lado e começa a conversar e perguntar sobre que às vezes nós, nem temos a resposta certa para dar.
A pureza, inocência que vai se perdendo aos poucos, é uma grande responsabilidade para nós ajudar a construir um mundo para esses pequeninos.
Quem convive com crianças, tenho certeza que só quer o melhor para elas, e eu mesmo fico pensando como será a vida deles.
Chego até a ter medo, que as coisas só piorem e que eles nem possam aproveitar tanto esse mundo aqui.
Sonho muito em ter um filho, despejar todo o amor do mundo em cima dele, encher de carinho e sentimentos bons, passear, contar histórias, e fazer tudo que uma mãe possa fazer.
Como ainda não é o tempo, fico somente com os filhinhos de outros.
É realmente um milagre da vida.

Esse post é para a minha pupila, minha menina prodígio, minha fofinha, minha garotinha esperta, minha bonequinha, Victória.
Que ela ainda possa desfrutar bastante dessa época tão boa, daqui a pouco chega as responsabilidades e mais um monte de coisas que vem junto com os anos que vão passando...

E para aqueles que ainda tem um pouco da antiga criança dentro de si...

domingo, 11 de outubro de 2009

Colorida e bela

Sonha demais e não vive
Pensa demais e não fala
Guarda demais e não cabe
Sofre demais e não grita

Ama demais e não dorme
Chora demais e não muda
Acha demais e não sabe
Muda demais e não gosta

Sorri de menos e assusta
Tão injusta
Precisa abrir a janela
A vida é colorida e bela

Anda demais e não para
Corre demais e não chega
Sente demais e não ama
Gosta demais e não deixa

Doa demais e não pede
Luta demais e não ganha
Troca demais e não serve
Dorme demais e não sonha

Jair Oliveira

Hoje a fé me abandonou

Queria ter poder de dissipar a dor que sinto agora, ter também o direito de mudar algumas coisas, sejam pra melhor ou pior.
Queria acreditar que isso é uma fase ruim, que tudo ficará bem, que isso é só o destino pregando mais uma peça em mim e depois ele volta e diz: "Calma menina, é tudo brincadeira" "Esse teste é só pra saber o quando você ainda consegue aguentar".
Sinto dores que se misturam e não consigo dividi-las ou até mesmo distingui-las, é tudo dor.
Já não sei o que penso, ou se devo pensar... Cada dia passo a acreditar menos.

sábado, 10 de outubro de 2009

"Não soube compreender coisa alguma! Deveria tê-la julgado por seus atos, não pelas palavras. Ela exalava perfume e me alegrava... Não podia jamais tê-la abandonado. Deveria ter percebido sua ternura por trás daquelas tolas mentiras. As flores são tão contraditórias! Mas eu era jovem demais para saber amá-la."

Saint-Exupéry

De sexta

Mesmo sendo um dia super cansativo, foi um dia bom.
E agora tenho o pequeno príncipe, só pra mim.

Quando a gente lhes fala de um novo amigo, as pessoas grandes jamais se interessam em saber como ele realmente é. Não perguntam nunca: "Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que preferem? Será que ele coleciona borboletas? "Mas perguntam: "Qual é a sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto ganha o seu pai?" Somente assim é que elas julgam conhecê-lo. Se dizendo às pessoas grandes: "Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado...", elas não conseguem, de modo algum, fazer uma idéia da casa. É preciso dizer-lhes: "Vi uma casa de seiscentos mil reais". Então elas exclamam: "Que beleza!"

Pois é, um livro fantástico!

Hoje, estou confusa.

De quinta

O tempo voltou a correr depressa.
E acho bom, quanto mais rápido ele passa, mais as coisas que tenho que fazer ficam próximas de serem concluidas.

Hoje, estou cansada.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...

Quintana

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

DRUMMOND

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Isto

Dizem que finjo ou minto
Tudo o que escrevo. Não.
Eu simplismente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.

Sentir? Sinta quem lê!

Fernando Pessoa

domingo, 4 de outubro de 2009

As muletas

Quando começou tudo, eu queria apenas ser calma. Não como uma outra pessoa, mas assim como eu, calma, simplesmente. É que eu tinha percebido que eu vivia para os outros, então, decidi me livrar dos ‘outros’. Só que os outros era minha família! O que fazer então? As bifurcações do caminho... Alguma coisa, não sei o quê, me falou: “- Vai embora.” E eu fui.
Fui escalando a estrada, que tinha pedras enormes!! E depois menores e menores e enfim aprendi a andar com muletas!
Num desses passos apoiados, encontrei um rapaz observador. Ele disse que queria ser meu marido! Foi estranho. Ele também seria louco, assim como eu?
De tanto bater na porta, deixei-o entrar. Mas entrar pela metade, assim como ninguém merece amar. E ele me falou da simplicidade do mundo! Trouxe em suas mãos o presente que eu vim buscar. O ‘eu calma’! Ele trouxe, sim. Mas, mas eu não tinha mãos para pegar. Elas estavam presas às muletas, onde eu tinha que me apoiar.
É que eu não queria cair!!!
E depois entender que tudo são escolhas. As bifurcações do caminho... E ainda depois, entender que eu não sei escolher.


Patrícia Barbalho

sábado, 3 de outubro de 2009

Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

Manuel Bandeira

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Shoulder to shoulder

Fico pensando o que estaria fazendo agora se a prova fosse amanhã? Dormindo? Vendo algum filme? Escutando música? Lendo? Jogando?
Pois é, não faço a mínima idéia, mas queria que a prova fosse amanhã mesmo, pelo menos iria me livrar de uma, estou ficando cansada de tudo!

Hoje o Café de fita voltou a ativa e estou feliz por ter voltado, mas perdi muito a prática em fazer críticas, hoje fiquei sem saber o que fazer direito (pra quem já não escreve bem, é complicado...)

E hoje estou sentindo um desejo imenso por novidades. ;D

P.S.: O título do post não tem nada a ver, mas estou ouvindo essa música agora, então...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Poesia

Já repeti o antigo encantamento. Sim, já repeti.
Pousei meus olhos nas pausas do amplo vento.
E nada. As feias deidades zombam de mim.
Meu coração partido, assim, é como um pórtico sobre o mar.

Poesias de ninar o Tempo. Vêm de dentro,
como se tivessem raízes. Amasso os versos e jogo no lixo.
Bicho humano, saio à cata do que fui. E encontro.
Poemas esparramados. O que me alimenta, flui em mim.

Na curva extrema do caminho, extremo do que penso.
E o mundo inteiro cabe aqui, dentro do peito.
Se eu morresse amanhã, meus sentimentos ainda estariam
acesos. Minha mãe e minha irmã se resignariam.

Versejar é deixar-se perder, em mar aberto, sentindo a dor das quilhas.
É entregar-se voluntário aos piratas em troca da visão do ouro.
Cavar a terra, em busca dos tesouros, até que as unhas fiquem pretas.
Toda vida é possível e suportável quando perdemos as certezas.

Restam as letras, crescendo para o nada.
Dando em palavras, como rosas pluriabertas.
Mando um buquê pro meu amor, depois de uma noite de tormenta.
E navegamos, em prazer e dor. Será que eu sou medieval?

Na mídia da novidade média, em um museu de grandes novidades,
às margens de um curral cheio de bestas. Sou eu,
desferrolhado e indecente, fragmento de uma década.
Pálida de espanto, escancaro as janelas.
E o ar frio quase congela em meus pulmões.

Quem dera, irmos juntos, Anarina, viver de brisa.
Descer do Rio pra Passárgada, hospedar-se no Esplanada.
Viver de nada. “Freedon is just another word...”
Passar na porta da Tabacaria, saudar a moça morta no edifício Miramar.
Convencer Ismália a não se atirar. Quem dera, quem dera...

Tecer a pele com a poesia de todas as eras,
todas as heras. Fechar as janelas, abrir o gás.
Amar Faon, mais que a Anactória.
Deixar que os corpos se entendam, para além das almas.
E suspirar, fumando um cigarro. A boca seca de beijo e álcool.

Aqui estão as minhas armas. A munição é o sentimento.
E sinto muito. Pelo que inexiste de poesia em minhas raízes.
Hoje tão mal, entregue ao mal. E está tudo como antes,
tudo como antigamente. A Divina Comédia Humana,
cruel e cotidiana. Como em Dante e como dentes.

Kátia Borges