quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Epílogo

Eu quis um dia, como Schumann, compor
Um carnaval todo subjetivo:
Um carnaval em que o só motivo
Fosse o meu próprio ser interior...

Quando o acabei - a diferença que havia!
O de Schumann é um poema cheio de amor,
E de frecura, e de mocidade...
E o meu tinha a morta mortacor
Da senilidade e da amargura...
- O meu carnaval sem nenhuma alegria!...

Poema de uma quarta feira de cinzas

Entre a turba grosseira e fútil
Um Pierrot doloroso passa.
Veste-o uma túnica inconsútil
Feita de sonho e de desgraça...

O seu delírio manso agrupa
Atrás dele os mais e os basbaques.
Esto o indigita, este o outro o apupa...
Indiferente a tais ataques,

Nublada a vista em pranto inútil,
Dolorosamente ele passa.
Veste-o uma túnica inconsútil
Feita de sonho e de desgraça...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Sonho de uma terça feira gorda

Eu estava contigo. Os nosso dominós eram negros, e negras eram as nossas máscaras.

Íamos, por entre a turba, com solenidade,
Bem conscientes do nosso ar lúgubre
Tão contrastado pelo sentimento de felicidade
Que nos penetrava. Um lento, suave júbilo
Que nos penetrava... Que nos penetrava como uma espada de fogo...
Como a espada de fogo que apunhalava as santas extáticas!

E a impressão em meu sonho era que se estávamos
Assim de negro, assim por fora inteiramente de negro,
- Dentro de nós, ao contrário, era tudo claro e luminoso!

Era terça feira gorda. A multidão inumerável
Burburinhava. entre clangores de fanfarra
Passavam préstitos apotéoticos.
Eram alegorias ingênuas ao gosto popular, em cores cruas.

Iam em cima, empoleiradas, mulheres de má vida.
De peitos enormes - Vênus para caixeiros.
Figuravam deuas - deusa disto, deusa daquilo, já tontas e seminuas.
A turba, ávida de prosmicuidade,
Acotovelava-se com algazarra,
Aclamava-as com alarido
E, aqui e ali, virgens atiravam-lhes flores.

Nós caminhávamos de mãos dadas, com solenidade,
O ar lúgubre, negros, negros...
Mas dentro de nós era tudo claro e luminoso!
Nem a alegria estava ali, fora de nós.
A alegria estava em nós.
Era dentro de nós que estava a alegria,
- A profunda, a silenciosa alegria...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

CARNAVAL.

É sério. Odeio carnaval.
Eu até tento gostar, entrar no clima, mas não dá!
Esse excesso de pessoas, o excesso de barulho, de bagunça, de violência, e até o excesso de felicidade me irrita. Não lembro de ter algum trauma relacionado a data, mas não gosto. =x
Nada melhor que ficar em casa lendo, escutando música, jogando video game e vendo filme.
E é isso que vou fazer, me trancar em casa e ficar o mais longe possível disso tudo.
Esse ano até pensei em sair um dia, ver uns shows, rir um pouco e quem sabe até beber alguma coisa. Mas essa semana me fez desistir, vou ficar em casa com a familia, acho que 3/4 dias sem sair de casa não vai me matar. Sem falar que nem beber eu posso, por causa dos remédios. Só se eu seguir a idéia de um amigo, tomar remédio e beber, porque ai, vai dar "barato". HAHAHAHAHAHAHAHAHA. NÃO, ISSO NÃO COMBINA COMIGO.
Eu, chata, sem sal, sem açúcar, sem porra nenhuma. Não, não dá.

Mas enfim,
hoje, mechendo nas minhas coisas, achei o livro de poemas carnaval do bandeirão *-* vou postar alguns poemas que gosto durante esses dias. Pra começar...

EPÍGRAFE
Ela entrou com embaraço, tentou sorrir, e perguntou tristemente - se eu a reconhecia?
O aspecto carnavalesco lhe vinha menos do frangalho de fantasia do que do seu ar de extrema penúria. Fez por parecer alegre. Mas o sorriso se lhe transmudou em ricto amargo. E os olhos ficaram baços, como duas poças de água suja...
Então, para cortar o soluço que adivinhei subindo sua garganta, puxei-a para o pé de mim e, com doçura:

- Tu és a minha esperança de felicidade e cada dia que passa te quero mais, com perdida volúpia, com desesperação e angústia...

lindo não?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Estou acordada a exatamente 34 horas e 13 min, e os segundos... Deixa pra lá. Você deve estar se perguntando, porque tanto tempo acordada? Seria uma super festa? Ou algo que te deixou tão elétrica que ainda não teve vontade de dormir? É, algo muito elétrico. Uma dor de dente que não quer me largar de jeito nenhum. ~~; Ou melhor, a raiz do meu molar esquerdo está inflamada, tenho que fazer canal. Mas só depois do carnaval. Enquanto isso, vou me entupindo de antibióticos e anti inflamatórios que até agora não serviram de nada. Estou estressada, a ponto de bater minha cabeça na parede, desmaiar e quem sabe cair no sono. Sono eu até tenho, mas quem aguenta dormir com aquela dorzinha bem fina e gelada na boca? Nunca tinha tido uma experiência parecida, mas posso dizer, é horrivel, horrivel. Já gritei, já chorei, já ri, já me irritei (muito por sinal), mas de nada adianta.
Antes das 00 horas ainda vou tomar mais dois comprimidos, espero que eles ajudem em algo. Se não, vou me entupir de algum remédio tarja preta e ai cair no sono, acordar só no sábado. Não gosto de ficar muito tempo acordada, me destroi tanto por dentro, quanto por fora. Estou parecendo um panda com mau humor porque acabou o bambu.
Maldita dor no dente, é sério, não desejo isso nem pro meu maior inimigo.
Hey, boy.
Usei The Beatles pra dizer que te amo
Mas errei da sétima vez,
Na sétima nota do meu piano
Industrialmente feito pra dizer
Que eu desafino com você
Nesse meu coração atonal
Coração atonal

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Minha doce dor se esconde
Por trás de um sorriso,
Comprado, corrompido
Feliz fingido

Penso, dispenso explicações
Não controlo meu super-ego
Impossível entender minha tristeza
Já desisti não existe porquê
Sou apenas mais um alegre deprê

Busquei em vão
Identificar
Motivos para não
Querer te guardar

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

CADA PESSOA QUE

EXISTIU, EXISTE OU EXISTIRÁ POSSUI UMA MÚSICA. Não é uma música escrita por outra pessoa. Ela tem sua própria melodia, sua própria letra. Poucas pessoas chegam a cantar sua própria música. A maioria de nós teme que não façamos jus a ela com nossa voz, ou que a letra seja muito boba, ou muito franca, ou muito estranha. Então, em vez disso, as pessoas vivem suas músicas.

Peregrina

Correndo os olhos longe de você, peregrino caminhos ondulantes disformes e secos. Espero a trovoada, espero teu corpo fértil, no desejo de existir mais líquida em você. Um desespero sem nome. Canso-me de ser acusada de agir em impulsos. Tudo que é doce e que acho em ti está longe de ser posse da maioria. Não ousem me vigiar. Não tentem me deter. Da tua cor é o futuro e se eu contrasto é porque estou cheia da mais procurada substância, e assim estou porque nunca fui tão real quanto quando sonho com você.

Medievas → http://medievas.blogspot.com

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Arte. 3 de 3

Um dia sentada na cama do quarto
Defronte a janela ao pôr do sol
A arte derreteu-se.
A facee parecia cera frágil
A morte veio ciefá-la
Em forma de fênix

Ela estava morta há tempos
No seu derredor a sombra do
Onipotente descansará,
Por bens e obras passadas.
Pelo seu vento a cura chegou
... E continuou a arte vegando
Por todo mundo.

Arte. 2 de 3

No lastro, a cor púrpura,
O carmesim em contraste
Com o branco da lã européia
Lembra imagens de fina
Porcelana chinesa
E o azul dos azulejos portugueses
Prende a atenção dos vazios
Eternamente insatisfeitos
O buraco é tão gigantesco!
Fome de coisas belas
Para maquiar a máscara
E o horror da verdadeira identidade...

Arte. 1 de 3

Traços desconexos
Vis d'antes outrora
Luxo dos complexos
Seixo que se remexe
Na parede se esconde

Livros de pintura
A arte pede passagem
Destinados à grandeza
Se perdem na cultura
De vangabundos originais
Plantam sonhos impossíveis...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Quis tirar teus pés do chão
Fiz de você um lindo sonho além
Te encontrar num dia azul
Pegar na tua mão
Bom te ver
E enxergar uma nova direção

Você quis, permitiu se levar, ser feliz...

Refúgio de nós dois
Num céu, não caberá
Prever um dia azul
E quem dirá que não?

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Há 13 anos átras você nasceu. No dia eu estava doente e fiquei com muita raiva por ver que uma coisinha tão pequena tava conseguindo manter minha mãe tão ocupada que nem ligava pra mim. Sempre fui muito ciumenta, e gostava de ser a única e não era nada satisfatório pra mim saber que a partir daquele momento as coisas começariam a ser divididas. Não digo material, mas sim a atenção e por ai vai.
Com o tempo fui me acostumando, você foi minha boneca viva, a mais fofa boneca que eu tive. Brinquei um pouco,briguei muito, malvadei um pouquinho, mas do meu jeito acabei cuidando de você com muito carinho e todo amor. Hoje vejo uma mocinha linda quase maior que eu, as desavenças continuaram, mas mesmo com os problemas no final acabamos nos entendendo. As vezes ainda te vejo com aquela menininha que peguei no braço de forma desajeitada, e por mais que eu brinque ou finja não ligar pra você, eu me preocupo. Sempre penso que rumo sua vida vai tomar, e o que penso as vezes não é legal. Queria que fosse diferente, que você pensasse diferente, mas com o tempo quem sabe você não acaba colocando algo nessa cabecinha oca? Bem Gabriela, meus parabéns. Quero se você seja muito feliz e que tenha muito juizo, agora é MUITO. Te amo, demais.