quarta-feira, 30 de julho de 2008

Vacilo da vocação.

Precisaria trabalhar --- afundar ---
--- com você --- saudades loucas ---
Nesta arte --- ininterrupta ---
De pintar ---

A poesia não --- telegráfica --- ocasional ---
Me deixa sola --- solta ---
À mercê do impossível ---
--- do real.

Ana Cristina César.

(...)

MEU CORPO deixa sulcos na areia.
São marcas suaves, um pouco de mim que se modela

Nas coisas, meu alucinado desejo de permanecer...

Cacaso.

terça-feira, 29 de julho de 2008

A ponto de partir.

A ponto de
partir, já sei
que nossos olhos
sorriam para sempre
na distância.
Parece pouco?
Chão de sal grosso, e ouro que se racha.
A ponto de partir, já sei que nossos olhos sorriem na distância.
Lentes escuríssimas sob os pilotis.

da Ana Cristina César.

Anjo mais velho

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar
Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar



Post para a Buh, hehe. ♥

domingo, 27 de julho de 2008

^^'

-

Depois de vários dias sem postar, aqui estou.
Er, eu não abandonei isso aqui, é que realmente esses dias eu não tenho tido criatividade nenhuma, ou mesmo saco pra vim aqui.
Se não fosse o Guillen ( http://fragmentosdosonhar.blogspot.com/ ), o que seria disso aqui?
Mô, obrigada por postar aqui, de verdade. ♥

Meus dias tem sido ótimos e apaixonados, tão lindo.
E espero que cada dia melhore, e vai melhorar. ;)

Ti, te amo. ♥

sexta-feira, 25 de julho de 2008

(...)

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

Aphonsus de Guimaraens

Esse é um dos meu poemas favoritos... Guillen

terça-feira, 22 de julho de 2008

(...)

Oh! não é bom rir-se de um morto -- brusca
Pois deve ser a sensação que aumenta
Desoladora, vagarosa, lenta
Da negra morte tétrica velhusca…

Tudo que em vida, como um sol, corusca,
Que nos aquece, que nos acalenta,
Tudo que a dor e a lágrima afugenta,
O olhar da morte nos apaga e ofusca…

Nunca se deve desprezar os mortos…
Nos regelados e sombrios portos,
Onde a matéria se transforma e urge

Exuberar na planturosa leiva,
Vivem os mortos no vigor da seiva,
Porque dão vida ao que da vida surge!…

Cruz e Souza

domingo, 20 de julho de 2008

Paper shoes.

-

Paper shoes in bad weathers. ~~;

Estou me sentindo assim hoje.

Ainda bem.

Ainda bem, que você vive comigo, porque senão, como seria esta vida? Sei lá, sei lá. Nos dias frios em que nós estamos juntos, nos abraçamos sob o nosso conforto, de amar, de amar. Se há dores tudo fica mais fácil, seu rosto silencia e faz parar, as flores que me manda são fato do nosso cuidado e entrega, meus beijos sem os seus não dariam, os dias chegariam sem paixão, meu corpo sem o seu uma parte, seria o acaso e não sorte. Entre tantos anos, entre tantos outros, que sorte a nossa hein? Entre tantas paixões, esse encontro, nós dois, esse amor.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O espelho.

"Ardo em Desejo na tarde que arde!
Oh, como é belo dentro de mim
Teu corpo de ouro no fim da tarde:
Teu corpo que arde dentro de mim
Que ardo contigo no fim da tarde!

Num espelho sobrenatural,
No infinito (e esse espelho é o infinito?...)
Vejo-te nua, como num rito,
À luz também sobrenatural,
Dentro de mim, nua no infinito!

De novo em posse da virgindade,
- virgem, mas sabendo toda a vida -
No ambiente da minha soledade,
De pé, toda nua, na virgindade
Da revelação primeira da vida!"

Manuel Bandeira

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Realejo.

Será que a sorte virá num realejo?
Trazendo o pão da manhã, a faca e o queijo
Ou talvez... um beijo teu
Que me empreste a alegria... que me faça juntar
Todo resto do dia... meu café, meu jantar
Meu mundo inteiro... que é tão fácil de enxergar... E chegar.

Será que a noite vira num vilarejo
Vejo a ponte que levara o que desejo
Admiro o que há de lindo e o que há de ser... você.

Menino.

Teu sorriso eu vou deixar na estante para eu ter um dia melhor
Tua água eu vou buscar na fonte, teu passo eu já sei de cor
Sei nosso primeiro abraço, sei nossa primeira dor
Sei tua manhã mais bonita, nossa casinha de cobertor

Menino vou te guardar comigo

terça-feira, 15 de julho de 2008

(...)

Para você escrevo pequenos versos, com poucas rimas
Ela, janela
João, chão
Por você teço sonhos eloqüentes
Praias desertas,
Florestas tropicais
Com você converso sobre os mais variados assuntos e
Coisas sérias.
Medos, amores, desejos e horrores
No seu beijo imagino a doce luz da lua
Carregando-me para outro mundo

Guillen

Acabei de te escrever, pois escrever me faz sentir que a leveza do vento é capaz de me carregar

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Come what may.

Never knew I could feel like this
Like I have never seen the sky before
I want to vanish inside your kiss
Every day I love you more and more
Listen to my heart, can you hear it sings?
Telling me to give you everything
Seasons may change, winter to spring
But I love you until the end of time... ♪

Pombos correio.

No dia a dia
Conversa fiada
Só alegria, e um copo de água
Corre corre, pula corda
Nada morre na praia
Cansado de nada ter
E sempre esquecer
Ao teu lado, deitado
Olhando pro teto
O desejo amplo
Depois de hoje vem o ontem
Depois do amanha o por do sol
Você
O vento,
Os pombos correios
E minhas mensagens para você

Guillen.





Aaaa, te amo u.u'

(...)

"business man
make as many business
as you can
you will never know
who I am

your mother
says no
your father
says never
you´ll never know
how the strawberry fields it will be forever"

Leminski

Cantada.

Depois de ter você, pra quê querer saber que horas são?
Se é noite ou faz calor, se estamos no verão,
se o sol virá ou não, ou pra quê é que serve uma canção como essa?
Depois de ter você, poetas para quê?
Os deuses, as dúvidas, pra quê amendoeiras pelas ruas?
Para quê servem as ruas?
Depois de ter você...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sinceramente.

Sinceramente você pode se abrir comigo, honestamente eu só quero te dizer: que eu acertei o pulo quando te encontrei, acertei. Eu sei a palavra que você deseja escutar, você é o segredo que eu vou desvendar, você acertou o pulo quando me encontrou, acertou o pulo quando me encontrou... E então o nosso mundo girou. Você ficou e a noite veio, nos trazer a escuridão, e aí então, eu abri meu coração, porque nada é em vão. Gostei do seu charme e do seu groove, gostei do jeito como rola com você, gostei do seu papo e do seu perfume, gostei do jeito como eu rolo com você...

Breakdown.

"It's magic", she says to me.
My hand to her waist as she approaches sweetly.
It's enough when I see that look in her eyes,
It's enough for me to paralyze.
"It's tragic", she says to me.
A song in the air, we're together floating.
What I miss everyday since our goodbye, was enough for me to realize.
"Its fragile", she says to me.
The hair in her eyes, she removes it smiling.
There's a wound that I know this song could mend,
A step in time for us will never end.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

(...)

"Marginal é Quem escreve à margem,
deixando branca a página
para que a paisagem passe
e deixe tudo claro à sua passagem.

Marginal, escrever na entrelinha,
sem nunca saber direito
quem veio primeiro,
o ovo ou a galinha."

Leminski

terça-feira, 8 de julho de 2008

Os movimentos reais.

arou. Por um momento
sem tempo ficou imóvel,
suspenso,
e deixou apenas
seu pensamento
se desprender sem
interromper a disposição
de um grão de pó
sequer
para ir
para o mais longe dali,
o mais distante universo
que alcança o pensamento,
e ir além
ainda mais
até não ser possível
então retornar,
para depois
se soltar
de si mesmo.

Ronald Polito.

A reinvenção da cidade.

Olho vagando pelos meândricos labirintos urbanos. Cidade-vitrine revelada em inúmeros passageiros ilusionistas. Figuras mnemônicas, arquétipos ancestrais expostos na maquinária contemporânea. Mosaico miriadoscópico registrando a teia-tela multicultural. Pandora pós-moderna sugando referências da memória, tempo. Nos muros, vestígiossinalizam o que está por vir. Construção e desconstrução dialogam num jogo de espelhos. Mero acaso, odisséia homérica num lance de dados. Ao emaranhar-se na poliédrica escritura clariceana, o passageiro desvenda o sentido do ser-no-mundo.

Diniz Antônio Gonçalves Junior.

domingo, 6 de julho de 2008

Aconteceu.

Aconteceu quando a gente não esperava
Aconteceu sem um sino pra tocar
Aconteceu diferente das histórias
Que os romances e a memória
Têm costume de contar
Aconteceu sem que o chão tivesse estrelas
Aconteceu sem um raio de luar
O nosso amor foi chegando de mansinho
Se espalhou devagarinho
Foi ficando até ficar
Aconteceu sem que o mundo agradecesse
Sem que rosas florescessem
Sem um canto de louvor
Aconteceu sem que houvesse nenhum drama
Só o tempo fez a cama
Como em todo grande amor
Pericles Cavalcante.

Despertar sem passado.

Em tuas mãos suave
deposito
meu coração cansado.

E quero, adormecida
no sonho bom
de teu semblante,
despertar sem passado.

Araldo Sassone.

sábado, 5 de julho de 2008

A vida assim nos afeiçoa.

[...] E a vida vai tecendo laços
quase impossiveis de romper:
tudo o que amamos são pedaços
vivos do nosso próprio ser. [...]

Manuel Bandeira.

Deserto e mar.

É o horizonte do teu corpo
é o horizonte da minh'alma.
Chego ao teu fim: mais areia.
Chegas ao meu fim: mais água.

Juan Ramón Jimenez.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Rei Arthur.

O sol de inverno mergulhava no céu. E quando afundou totalmente por trás das colinas distantes e os pinheiros ficaram negros contra um fundo amarelo pálido e dourado com listras de cor púrpura, a dama ergueu-se da cama. Inclinou-se sobre Gawaine, beijou-o nos lábios uma vez e deixou-o.

Mas na verdade, ela queria ficar.

- Trecho do Rei Arthur. *.*

Traga-me você.

Faça a gentileza de trazer-me
um livro - um best seller - que me fale
das coisas que não sei, e que me cale
diante do bem que possa fazer-me.

Faça o obséquio de me dar (conceder-me)
um documentário que não me abale;
um dialético puro, que me fale
dos que os homens possam oferecer-me.

Como retorno darei meus ouvidos...
Meu olhos estarão atentos, fitos
nas letras, gestos, cores e imagens.

Mas traga, também, seus anos vivivos
e fique a meu lado, sem dor, sem mitos,
porque sozinho só verei miragens!

do Avaniel.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

-

-
Hoje o dia tá tão the killers, *.*
queria postar mais algumas coisas aqui, mas estou com sono e sem criatividade. ~~;

(...)

-
All I want... is to be with you. ♥

Sonho bom.

Na última noite sonhei contigo
- e sonho bom a gente recorda cedo. -
E naquele levitar, eu te digo,
não existia lugar para o medo. [...]

do Avaniel.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Dia perfeito.

-
Hoje eu pretendia postar algo diferente aqui, sei lá, algum poema do Avaniel, ou alguma poesia marginal...
... Mas o dia tomou um rumo diferente. *.*
Então, Avaniel ou qualquer outra coisa fica pra amanhã. =D

Dia perfeito pára na esquina e diz goodbye
Flutua como uma nuvem
She really have a groove... ♪