sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Cinco coisas.

Quero apenas cinco coisas.. Primeiro é o amor sem fim, a segunda é ver o outono, a terceira é o grave inverno , em quarto lugar o verão, a quinta coisa são teus olhos, não quero dormir sem teus olhos. Não quero ser... sem que me olhes. Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Neruda.

Aparência X essência.

Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a determinadas normas que nos obrigam a seguir regras limitadoras do nosso ser ou do nosso não - ser... Quero dizer com isso que nós temos, no mínimo, duas personalidades: a objetiva, que todos ao nosso redor conhece; e a subjetiva... Em alguns momentos, esta se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - Quem somos? Não saberemos dizer ao certo!!!Agora de uma coisa eu tenho certeza: sempre devemos ser autênticos, as pessoas precisam nos aceitar pelo que somos e não pelo que parecemos ser... Aqui reside o eterno conflito da aparência x essência.

E você... O que pensa disso?
Que desafio, hein?"... Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la..."

Lispector.

Cego.

“Será mesmo, realmente, amarelo o sol,
e azul o céu, por que não ser lilás, vermelho...
Ou quem sabe seja apenas som?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Desencontrários.

Mandei a palavra rimar, ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa
,em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si, a sílaba silenciosa.
Mandei a frase sonhar, e ela se foi num labirinto.
Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército, para conquistar um império extinto.

Leminski. *-*

Fabinho, esse post é pra tu.
Parabéns querido. ♥

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Armazém de sonhos.

Parece que a poesia está para o poeta
como o alimento está para o estômago!
- Este não existe sem o primeiro;
aquele, sem o outro, não faz sentido.

Poesia é refeição para a alma faminta.
Arroz e carne são felicidade (em chinês)!
O poeta produz sangue para o coração;
o chinês pode ser o protótipo do homem!

Por isso, um verso pode salvar uma vida;
assim, o pão produzirá um herói;
desta forma, a vida vai se confirmando.

Um poema é um Armazém de sonhos!
Quanto mais se sonha, mais se tem fome;
quanto mais se compõe, mais se sonha!

Avaniel.

Ti, lembrei de tu quando li.

For U ♥

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

(...)

.



Tenho ciúmes deste cigarro que você,
fuma tão distraidamente (...)

Voraz.

" Este sorriso que muitos chamam de boca
é antes um chafariz, uma coisa louca (...)
eu, dentro do templo chuto o tempo,
uma palavra me delineia: VORAZ."
Ana C. C.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Idade madura.

As lições de infância
desaprendidas na idade madura.
Já não quero palavras
nem delas careço.
Tenho todos os elementos
ao alcance do braço.
Todas as frutas
e consentimentos.
Nenhum desejo débil.
Nem mesmo sinto falta
do que me completa e é quase sempre melancólico.

Estou solto no mundo largo.
Lúcido cavalo
com substância de anjo
circula através de mim.
Sou varao pela noite, atravesso os lagos frios,
absorvo epopéia e carne,
bebo tudo,
desfaço tudo,
torno a criar, a esquecer-me:
durmo agora, recomeço ontem.

De longe vieram chamar-me
havia fogo na mata.
Nada pude fazer,
nem tinha vontade.
Toda água que possuía
irrigava jardins particulares
de atletas retirados, freiras surdas, funcionários demitidos.

Nisso vieram os pássaros,
rubros, sufocados, sem canto,
e pousaram a esmo.
Todos se transformaram em pedra.
Já não sinto piedade.

Antes de mim outros poetas,
depois de mim outros e outros
estão cantando a morte e a prisão.
Moças fatigadas se entregam, soldados se matam
no centro da cidade vencida.
Resisto e penso
numa terra enfim despojada de plantas inúteis,
num país extraordinário, nu e terno,
qualquer coisa de melodioso,
não obstante mudo,
além dos desertos onde passam tropas, dos morros
onde alguém colocou bandiras com enigmas,
e resolvo embriagar-me.

Já não dirão que estou resignado
e perdi os melhores dias.
Dentro de mim, bem no fundo,
há reservas colossais de tempo,
futuro, pós-futuro, pretérito,
há domingos, regatas, procissões,
há mitos proletários, cndutos subterrâneos,
janelas em febre, massas de água salgada,
meditação e sarcasmo.

Ninguém me fará calar, gritarei sempre
que se abafe um prazer, apontarei os desanimados
negociarei em voz baixa com os conspiradores,
transmitirei recados que não se ousa dar nem receber,
serei, no circo, o palhaço,
serei médico, faca de pão, remédio, toalha,
serei bonde, barco, loja de calçados, igreja, enxovia,
serei as coisas mais ordinárias e humanas, e também as excepcionais:

tudo depende de hora
e de certa inclinação feérica,
viva em mim qual um inseto.

Idade madura em olhos, receitas e pés, ela me invade
com sua maré de ciências afinal superadas.
Posso desprezar ou querer os institutos, as lendas,
descobri na pele certos sinais que aos vinte anos não via.

Eles dizem o caminho,
embora também se acovardem
em face a tanta claridade roubada ao tempo.
Mas eu sigo, cada vez menos solitário,
em ruas extremamente dispersas,
transito no canto do homem ou da máquina que roda,
aborreço-me de tanta riqueza, jogo-a toda por um número de casa,
e ganho.


Drummond.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A flor e a náusea.

Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cizenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.

O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão eu tento me explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que triste são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belo, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Por fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1908 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou aos poucos umas esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.

Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.

Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão ness forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.


Drummond.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Quero.

Na corda bamba, quero ser teu contrapeso
no número das facas, assoviar nos teus ouvidos
no globo da morte, quero ser teu copiloto
no vai e vem do trapézio, quero ser quem te segura

Quero te acompanhar pelas ruas do rio
sorrindo ou chorando
quero me molhar todinha só para te deixar
sequinho neste temporal

Quero te abraçar apaixonada
sentir teu coração pulsar
quero te beijar do arroi ao chuí, bem ti vi

Porque eu sei que teus cabelos são tempestades
que me alucinam
que despencarei toda vez que subir nos teus andaimes
que me esfaquearei transtornado com tuas sutis insinuações
sobre o tempo

Que me transmutarei em nêspera cada vez que me disseres:
“hasta luego, luz del fuego”
que vagarei sem esperanças quando desapareceres
das cenas dos meus próximos capítulos
que capitularei enfim, com a cabeça espatifada
nos escombros do meu próprio coração.


Chacal.

(...)

.

Deixei meus olhos escorrerem ao acaso sobre você e só achei satisfação.

(...)

"já não me habita mais nenhuma utopia.
animal em extinção, quero praticar poesia,
– a menos culpada de todas as ocupações."

Waly *.*

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Você.

-



Você me completa amor,
Meu sonho só é um sonho porque você está nele.

Janelas.


museu, prédio, igreja, banheiro, ausência dentária, de carro, aberta, fechada, quebrada, de ferro, de madeira, windows, redondas, triangulares, simétricas,casa de praia, penitenciaria, urbanas, rurais, de dentro, de fora, frágeis, iluminadas, desenhadas, religiosas,de direita, de esquerda, pervertidas, constrangidas, tímidas, nervosas, sem graça, gripadas, molhadas, falantes, caladas, "de todas as cores,de várias idades,de muitos amores,casada carente,solteira feliz" , cansadas, aidéticas, drogadas, esquecidas, órfãs, vivas, mortas, são de humanas e são de exatas... janelas concretas e abstratas.

(...)

-



Vou-me abstrair.
esvaziar-se e escutar o silêncio.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

domingo, 5 de outubro de 2008

Vida a dois.

Quando acordo de manhã e olho pra você deitado ao meu lado, braços entrelaçados... Eu vejo quanta sorte eu tenho de ter encontrado alguém como você. O tempo passa e o sentimento amadurece, já não somos mais os mesmos, mas o amor ainda cresce e cada dia meu corpo pede mais o seu. Nossa vida de casal, é tudo o que eu sonhei, um dia ter uma família, um grande amor... Pra cuidar a vida inteira.
3 meses. Ti, te amo