quinta-feira, 29 de maio de 2008

Bem vindo estranho.

Bem vindo estranho, aos salões de minhas memórias mais eloquentes e estranhas.

Pegue um candeeiro e me acompanhe, você não vai querer se perder no escuro vácuo de pensamentos. Venha veja os quadros em minha galeria expostos, e sinta toda a minha loucura, observe os meus desejos e cuidado para não confundir o que é meu e o que é seu. Caminhe devagar no prado mar dos sonhos, os sonhos são leves, mas podem te levar para muito longe. Mas não destrua as estátuas, largadas pela medusa em meus olhos, elas me lembram de coisas que eu não vi. Cuidado estranho, quando entrar nos aposentos do amor, seu cheiro é bom, seus espelhos reconfortantes, mas traiçoeiros. Transmite mais caos do que ordem, destrói mais do que constrói, te leva para lugares que nem o barqueiro pode te buscar. Sua luz está para se apagar, desça a escada devagar e olhe para o poço das almas perdidas apenas algumas vezes, neste caminho tortuoso. Elas vão querer que você não seja mais um estranho. Nos corredores do desespero vivido no passado cuidado para não ir pelo caminho errado, não gostaria de daqui a alguns anos encontrar um esqueleto novo em minha decoração. Veja o caminho que fiz no jardim do destino até agora, e perceba que sou tão novo quanto um mero mortal. É possível que tenhamos noções de tempo diferente, e se séculos são diferentes de meses para você, temos muito a conversar. A por favor, não me venha com esse olhar, eu não sou um enviado da morte, e quem em dera ser algum enviado pelo delírio. Ah, eu também respiro o mesmo ar que todos eles, mas sou apenas um passageiro, mais um nesse lugar. Estranho você ter vindo parar aqui, em minhas câmaras particulares, em meus devaneios, em minha melancolia. Cuidado com o degrau antes de sair.

Você não é mais bem vindo, adeus!


Guillen


Um comentário: